07/11/2010

Por melhores tempos

 

Todas inspirações passam.

Exceto aquelas que ganham forma.

Se bem que estas também passam.

O que não passa é que um dia foram inspirações.

Assim como não passa a doença do homem inspirado

que consiste na sua inspiração.

E se perguntam por que não passa essa doença,

a resposta é fácil.

Não há cura para aquilo que não se sabe a causa.

Ainda que a inspiração passe,

que para ela não haja elogio, olhar, ouvido nem palma.

A doença de se insipirar não sai da alma.

inspiration

02/11/2010

Como um dínamo... IV

ps. prometo que é o último dos dínamos.

XVI.

Contemplação.


XVII.

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Talvez eu busque sentidos justamente por meu habito definidor,

Vivo ordenando relações

Fazendo distinções entre seres e razões,

E isso para expressar o que sinto.

____


XVIII.

É através da razão que determino os meios termos.


Há poética na filosofia?

E nas coisas das quais vale a pena falar mais?


Salta-me um nó na estética.

Falta leveza nas palavras.

Por certo que [não] há clareza,

Princípio de coerência.

Falta a musicalidade natural da realidade,

A marca do insatisfeito:

Viver a excelência do impossível.


XIX.

Então é isso: ser virtuoso, e, boa sorte


[pois, o sentido está na verdadeira felicidade]

A despeito disso por onde andaria a nossa liberdade?


Visto que convivemos com a realidade, e, que a verdade liberta.

Visto que o sol é meu doce amanhã, e, sempre existirão estrelas no céu.


Lanço-me para a vida como uma flecha, [Arrisco minha fortuna]

Fazendo a rota do meu próprio vento [pelos desejos excelentes]

Derramando o sangue do tempo [na excelência da deliberação]

donde me arco para a felicidade. [poemas, poetas, palavras]


Ampla e irrestrita, [metáfora,


Engrandeço a retórica no ato, [e, minha recomendação:

Faça do seu pensar ser um meio para poder ser quem pensar; sendo quem quiser ser; pensando como quiser pensar; na correta relação entre ambas.

Tudo é expressão]


E nunca esqueça:

Seja virtuoso, e, boa sorte.

01/11/2010

Nem pra bolha…

Uma bolha.

Alguma vez alguém já lhe chamou de bolha?

A bolha enorme de sabão que esse senhor faz e que diverte tanto a criançada, me encantou. Não quero fazer, como sugeriu uma professora, um raciocínio que tenta reproduzir estruturas naturais para dentro do comportamento humano. Isso seria tentar penetrar num plano absurdo de causalidade necessária que ligaria nós com tudo e tornaria todo discurso, liberdade e vontade uma mera ilusão. Quero simplesmente fazer uma analogia.

Gostaria de entender um pouco melhor a fascinação que pode ser obtida a partir de algo e que certamente é efeito de uma propriedade da coisa sobre a subjetividade.

Essa bolha apresenta três características que acredito serem essenciais no convívio cotídiano.

1. Ser multiforme, sem perder unidade.

2. Transparência e decomposição das cores.

3. Um fim.