E é assim que acontece...
Na vida, se nos apegamos em um erro de cálculo, tudo que podemos criar são estruturas falhas; quando as colocamos a prova, tentando representá-las na realidade, essas se mostram insustentáveis. É como se tudo que nos esforçamos tanto para criar desmoronasse bem diante dos nossos olhos e nos perguntamos por que essa pretensa realidade não se sustenta? É simples: um erro só sustenta outro erro e do erro ao acerto há uma distância incalculável. Se, por outro lado, percebemos o ato falho, então tudo fica mais fácil, podemos nos desapoiar desses falsos pilares e procurar os que dão verdadeira sustentação à realidade...
E é assim que crescemos,
Desapegamo-nos daquilo que não conseguimos manter;
Quando reconhecemos um erro de cálculo em nossas vidas e nos dispomos a resolvê-lo percebemos que se desapoiar do falso é se libertar...
E é assim que nos transformamos,
O tempo passa e vai caindo a casca;
Proponho que nos libertemos da mentiras que nos sustentam, que nos desapoiemos de todas as ilusões que criamos para nos confortar. Usemos o desapoio como sustentação, desapeguemos do que nos separa de nós mesmos, para que, assim, libertos nos encontremos...
E é assim que nos conhecemos,
Acostumamo-nos com o que há de essencial à vida.
"Usemos o desapoio como sustentação"
RépondreSupprimerEssa frase reflete bem algumas coisas que penso.
Viver para eliminiar o engano nos nossos pensamentos, poderia ser uma vida reclusa, onde um mínimo instante de mero contato com o mundo exterior seria razão para ir infinitamente na questão de quanto real é o mundo.
Isso não é um projeto possível. A vida tem exigências maiores e certamente a recomendação cartesiana de fazer no máximo uma hora de metafísica por ano tem um indice do quanto o conhecimento que conquistamos ao longo da vida é distante da necessidade de compreender sua epistemologia (ainda que torne não dispensável).
Assim, meu caro Cássio, fechamos nisso. Nos apoiamos no mundo e quando as coisas já não nos dão apoio é melhor nos desapoiarmos. É notório, pela própria forma como escrevi, que as coisas parecem primeiro nos desapoiar, para depois nos darmos conta que já não deviamos estar apoiados nelas.
Abração
Bah, Cassius Kley, o que se busca é exatamente a falta de sustentação ou a falsa ideia de que não se tem sustentação? O mesmo papo do msn, creio eu.
RépondreSupprimerE já aproveito o comentário para parabenizá-los, meus caros. Gosto de aprender com vocês.
Besitos, Ísis.
Apoiado!
RépondreSupprimer1) "As coisas primeiro nos desapoiam para depois nos darmos conta que já não devíamos estar apoiados nelas", até que, de tanto sermos desapoiados, aprendemos a lição. E (que beleza ser um ser humano!) abstraímos a regra universal: desapoiar-se é libertar-se.
2) Mas em que sentido desapoio é libertação? É em um sentido "moral". Nosso lado físico, determinado, escravo e necessário, obviamente sempre estará clamando por sustentação. Por isso penso que o equilíbrio corpo-mente implica, também, em uma busca por equilíbrio: buscamos sim a falta de sustentação (ao menos falo daqueles que aprenderam a lição), mas não poderá ser uma falta de sustentação completa. Somos livres até o limite em que temos um corpo.
3) Concluindo, na minha opinião, buscamos isso: a falta de sustentação enquanto sustentados. A liberdade mora no equilíbrio.
talvez, felizmente, fale uma grande besteira. Mas penso nesse ato de desapoiar-se vivenciado numa "ocasião de total escuridão..."
RépondreSupprimerque se siga daqui o que desejares, porém torna-se desnecessária qualquer conclusão sobre a influência consciente de tal ação na citada apaixonante REALIDADE.
P.S.: o lay-out ficou maravilhoso!!! parabéns