19/10/2010

Como um dínamo... I

Bom, vou postar alguns versos incompletos. Fiquei um tempo pensando em como eu poderia transformá-los no que eu essencialmente estava pensando ou sentindo ao escrevê-los, porém, quanto mais o tempo passa mais eu me esqueço do que passava naqueles dias. Espero poder voltar a lembrar algum dia...[ps. os 2 primeiros vêm da conversa ontem, mas ainda não consegui chegar no foco do problema]

sigo postando mais durante a semana. A primeira parte vai continuar parecendo choradeira, acho que na segunda vai mudar um pouco...


I.

Não posso crer já ter perdido.

Pois, se fosse o caso, não teria por que continuar.

Ora, mas sei que sigo...

Mesmo sem bem saber para onde,

Não cesso de caminhar.


E sobre o futuro?

Sinceramente não sei.

Como poderia saber o que vai ser?

Eu que nem bem sei o que é.

Mas, a despeito dos limites da minha ignorância,

Sou livre para [saber?] pensar como poderia ser.


Não quero falar na falta de iniciativa, tampouco no esvaziamento das relações.

Não quero lembrar-me do deserto pessoal ou na míngua dos sentidos.

Seria triste perder tempo pensando na padronização das particularidades.

Portanto, não.


Prefiro falar de como poderia ser [de como as coisas poderiam dar certo].


II.

Não nego a nobreza. Tampouco a esperança...

Viso o objetivo, como a seta que busca o alvo,

Porém, sem bem saber qual seja,

Vou atrás do objetivo certo [seja ele qual for].


[Imagino que no momento o caso é a busca de algo ainda incerto e fugaz,

Vou atrás do meu destino como uma flama,

Que incendeia o espírito e revigora a alma.

Mesmo sem bem saber o que buscar].


III.

Sou perito em fugir da vida,

Alimento-me nas sombras;

Da felicidade e amor me esquivo,

Da inércia sou o mestre...


Contenho em mim todos os contrários à vida,

Sou o instrumento do fim

A corda do enforcado,

A arma do suicida.


Falta capacidade,

Talento nunca existiu,

Inerte realidade


...Nenhum sonho permitiu;


Sem reflexo no espelho

O relógio sem ponteiros.

Palavras falsas, [sem vida]; morte aos significados.


IV.

Preciso desfazer a impressão de que sou incapaz.

[Não há valor na farsa]

Ser incapaz é aceitar e temer as limitações.

[preciso abrir mão da casca]


Talvez seja um mesmo preguiçoso,

Lamentando a própria limitação,

Sabendo que posso ser o que não sou,

Mas: - acomodação,


Porque me falta motivação?


[Falho-me por não-ser meu ser,

Assim, não sendo

, perco-me esquecido ao contrário

Deixando de acontecer].


Talvez seja o caso de que de não me sei

E nisso... Delimito-me na ignorância do meu ser

Não sabendo quem posso ou não posso ser,

Frustro-me por não saber,


Algo me vem à mente: - o que importa?

Não há nada a perder

Pois, se for esse o caso


Nunca estive de posse de algo [para poder deixar de ter];

Nunca soube quê algo sou [para poder deixar de ser].


Ora, se sempre fui o que não soube,

o que podia deixar de ser que soubesse?


Mesmo não sabendo, garanto...

Apreendo... [Por algo indemonstrável]

O que sinto;

Sentindo a razão intuir sentidos.


V.

Faço filosofia para transcender o que posso pensar,

para ir além dos meus limites abstrativos,

- vejo-a como um estudo dos conceitos

O filósofo é um agente definidor,

que ordena os significados e suas infinitas relações;

no preço do abismo

limiar entre [ser e não-ser] - .


Intelijo no abstrato em si da realidade,

Além do confim, no limite da finalidade.

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