Sem pretensão de originalidade, isso é muito mais a tentativa de organizar idéias
A liberdade total não pode existir sem que haja capacidade de escolher.
A escolha se expressa através de juízos.
Para que haja juízos deve haver linguagem.
Logo, toda liberdade de escolha está inscrita na linguagem.
Para que haja linguagem deve passagem do estado pré-linguageiro ao estado com linguagem. Isso na teoria da psicanálise é chamado castração (psicogênese + logogênese).
A Psicogênese é condição de possibilidade para a capacidade de tomar consciência de objetos.
Como a liberdade se dá dentro do campo da linguagem, a liberdade não é a ausência de regras. Ela é a possibilidade inscrita dentro de uma lei.
A lei da liberdade é o limite do pensamento e coincide com o limite da linguagem.
O limite da linguagem é dado pelo campo de sentido.
Juízos devem ter forma lógica tal que haja sentido e referência.
A referência é a possibilidade de referir-se à um objeto (nomear). O sentido é a propriedade de atribuir algo à um outro algo (realizar uma proposição).
Duas observações e uma opinião:
RépondreSupprimer1) "Para que haja juízos deve haver linguagem. Logo, toda liberdade de escolha está inscrita na linguagem." Acho q não se segue tão facilmente. Em primeiro lugar não sei se eu aceito q toda escolha seja através de juízos: se tem juízo, tem escolha, mas isso não implica que toda escolha é juízo. Minha opinião: é a liberdade q é anterior ao juízo e não o juízo anterior à liberdade. Em segundo lugar, mesmo q toda escolha seja através de juízos, daí não se segue que ela esteja INSCRITA. Elas poderiam ter o mesmo âmbito.
2) "A lei da liberdade é o limite do pensamento e coincide com o limite da linguagem." Ora, se for assim a liberdade não é INSCRITA na linguagem (pois se fosse INSCRITA o limite não poderia ser o mesmo).
Na minha opinião, liberdade e linguagem estão relacionadas porque ambas estão vinculadas à consciência. Entretanto, creio no caráter fundamental da primeira porque a vejo como anterior a todas as demais. A liberdade, no meu entendimento, é claramente uma condição para consciência e, neste sentido, condição para o uso consciente da linguagem. Mas endendo o quanto esse tema é difícil. Sobre isso não poderia dar mais do que uma mera opinião. Deixo porém uma questão para pensarmos: como algo LIVRE poderia ser segundo com relação a algo determinado?